E o que o RXP Mind nos revela sobre isso

Por que algumas pessoas mudam tanto quando chegam a posições de liderança? Por que, em certos contextos, o poder parece desconectar o indivíduo da realidade e dos outros ao redor?

Estudos conduzidos por Dacher Keltner, psicólogo da Universidade da Califórnia, revelam que o poder afeta o funcionamento cerebral de maneira profunda. Sob sua influência, tendemos a agir com mais impulsividade, ignorar riscos e perder a capacidade de enxergar o mundo pela perspectiva do outro. Esse processo reduz a empatia, compromete a tomada de decisão e favorece escolhas centradas apenas no interesse imediato.

Mas o fenômeno não é aleatório. Ele é influenciado por predisposições temperamentais da personalidade, combinadas ao ambiente em que o indivíduo opera e às experiências que acumula ao longo da vida. Pessoas com maior impulsividade, busca por estímulos intensos ou necessidade de validação social tendem a ser mais vulneráveis a esse efeito. Quando essas tendências não foram moduladas por processos de amadurecimento, a ascensão ao poder tende a evidenciá-las, intensificando distorções comportamentais.

O modelo RXP Mind ajuda a compreender esse cenário com mais precisão. Ele mostra que o risco não está apenas no cargo, mas em como a pessoa lida com sua estrutura interna ao ocupar esse cargo. Um poder mal regulado pode amplificar padrões como:

  • ação sem ponderação, movida por impulso e imediatismo
  • busca por reconhecimento que se transforma em necessidade de superioridade
  • perda de escuta e empatia, que compromete relações e decisões éticas

Esse conjunto fragiliza a clareza de julgamento e expõe a pessoa ao erro, mesmo que ela tenha competência técnica. É quando o desempenho aparente convive com comportamentos disfuncionais e decisões de alto custo para as equipes e para o negócio.

Por outro lado, o RXP Mind também aponta caminhos reais de transformação. Através do desenvolvimento de aspectos ligados à maturidade, é possível modular essas tendências e construir uma relação mais consciente com o poder. Três pilares sustentam esse tipo de liderança:

  • Autodeterminismo Integrado: a capacidade de agir com autonomia, responsabilidade e alinhamento entre intenção e ação
  • Inteligência Interpessoal Desenvolvida: a habilidade de compreender e considerar as outras perspectivas, mantendo relações respeitosas mesmo sob pressão
  • Maturidade Emocional: o equilíbrio necessário para frear impulsos, sustentar decisões consistentes e manter estabilidade nos contextos mais desafiadores

Essas qualidades formam uma base sólida. Não garantem apenas resultados. Protegem contra a fragmentação interna que o poder pode expor. E transformam a liderança em um espaço de influência construtiva, em vez de dominação.

A proposta do RXP Mind é clara: identificar essas predisposições com precisão e oferecer caminhos técnicos para desenvolver a autonomia, a clareza e a responsabilidade que sustentam um poder mais saudável. Não basta apenas saber quem a pessoa é. É preciso entender até onde ela pode ir e o que precisa desenvolver para sustentar esse caminho sem se perder de si.

Em tempos de decisões rápidas e impacto coletivo, essa é a forma mais estratégica de exercer poder com consciência.